O olho não vê mas o coração sente
Na luz branca da manhã
O Bailado alucinante de todas as cores
Unidas, escondidas
Camufladas no foco branco
Cantando a melodia do espaço
Revelando a forma dos corpos num banho
De purificação e amor.
No Uno o divisível
Reconvertido ao Uno.
Assim se mostra a luz branca
Assim se desvenda o seu mistério
Enquanto a chuva lava a terra
E o sol por entre ela baila
Em pequenos milagres
Nos arco-íris de mil cores.
E a ponte entre o nada e o todo se cumpre
Entre a luz branca e una e o silêncio da escuridão que aguarda
Numa espera silenciosa e saudosa
Onde tudo se encontra sem que se veja
No negro da noite.
Eu sou para ti e tu para mim.
Os opostos completam-se.
Sempre um eterno silêncio
Por entre os cambiantes musicais das cores.
Sempre um eterno silêncio
Na escuridão que murmura.
Paradoxos.
A luz rasga o espaço como faca afiada
Deixa versos dispersos pelas silhuetas das coisas
No tempo ínfimo que por lá passa
Quase sem tocar
Reflectindo-se em fuga
Sem nunca se apanhar.
Deixa apenas leves impressões
Nos olhos deliciados de quem vê.
E o que foi voltará a ser de outra forma.
O ciclo repete-se.
O que te quero dizer
Está escondido na luz branca da manhã
E na escuridão da noite
Decompõe-se a luz nos cambiantes que se conhecem
Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Anil, Violeta.
Mas não se destrói a poesia das cores.
A luz una e branca continua a encantar
Na noite escura e fria
O destino dos poetas.
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